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DUB
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AS RA�ZES DA M�SICA DUB

s origens do estilo musical conhecido como DUB remontam � Jamaica do final dos anos sessenta. Nessa �poca a m�sica jamaicana era sacudida com o inicio da era do Reggae e os est�dios fervilhavam com um sem n�mero de figuras talentosas - artistas, produtores, engenheiros de som - que iam fazendo hist�ria. Um dos estilos criados dentro deste caldeir�o foi o Dub.

Alguns hits come�aram a trazer uma vers�o instrumental no lado b dos compactos, onde os vocais eram retirados, parcial ou totalmente, o baixo e a bateria apareciam em destaque e com a adi��o de v�rios efeitos. Os avan�os da tecnologia no final da d�cada resultaram em novidades como mesa de oito canais e efeitos como reverbera��es e ecos, o que deu melhores condi��es de trabalho para t�cnicos e produtores, al�m de melhorar enormemente a qualidade dos discos. O fato de cada instrumento ser gravado em canais separados permitia que na mixagem os efeitos e cortes fossem colocados mantendo uma boa qualidade sonora. Antes de serem lan�ados em disco , esses remixes - tamb�m chamados de 'specials' ou 'dubplates' - podiam ser ouvidos nos bailes, via sound-system (leia mais sobre sound-systems no artigo sobre o dancehall). Um produtor geralmente gravava a vers�o instrumental exclusivamente para um determinado sound (�s vezes o dele mesmo) tocar nos bailes. Era um neg�cio oportuno, porque a vers�o instrumental permitia a apresenta��o ao vivo de cantores e deejays, o que atraia p�blico e o produtor ia testando seus melhores riddims sob o crivo do público.

Um dos que rapidamente estabeleceu uma reputa��o como mestre destas mixagens foi o engenheiro de som Osbourne Ruddock (foto ao lado), considerado o pai do Dub. No final dos 60, King Tubby, como era conhecido, era dono de um sound system chamado Home Towm Hi-Fi, cuja aparelhagem ele mesmo construíra, e tinha um certo nome na pra�a. O Dub praticamente come�ou com as experi�ncias que ele fazia no seu est�dio caseiro. O pr�prio rei lembra: "Eu tinha um pequeno gravador e pegava emprestado uns tapes dos produtores e mixava-os dum jeito diferente. Eu trabalhava para Duke Reid, fazendo os cortes, e uma vez a fita estava rolando e eu tirei o vocal, voc� sabe, era um teste. Bom, peguei algumas destas fitas e levei pra casa. Depois estava tocando-as e eu disse, tudo certo, vou test�-las, por soar muito bem o jeito que a m�sica come�a com a voz, a voz some e o ritmo continua. Da� eu levei os mixes para os bailes e, cara, eu te digo, com quatro ou cinco m�sicas eles agitaram a pista e tivemos de toc�-los sem parar".

Al�m do impacto que a m�sica em si causou no p�blico, os deejays foram fundamentais na consolida��o do dub. Com seus v�rios estilos de toasting, eles cativavam as plat�ias 'falando' por cima da vers�o dub, quase dialogando com o pouco do vocal que era deixado. As primeiras grava��es feitas por deejays como U Roy e Dennis Alcapone nada mais eram que as vers�es dub de velhos sucessos do tempo do rocksteady.

O desenvolvimento do dub ampliou as possibilidades para produtores e engenheiros. Uma vers�o dub podia come�ar com o cantor mais os instrumentos, depois estes eram abaixados e um efeito, geralmente eco, era adicionado o vocal. Os instrumentos ent�o voltariam, com o baixo e a bateria proeminentes. Efeitos dos mais diferentes tipos eram frequentemente acrescentados. Naturalmente, havia muitas outras possibilidades de 'montar'um dub. Uma vers�o podia come�ar com os efeitos, em crescendo, e no cl�max cortava abruptamente para o baixo e/ou bateria. A� era por conta da inventividade de cada um. Independente das varia��es no formato, geralmente eram colocados nos dubs uma gama enorme de barulhos diversos, como sons de sirenes, tropas marchando, carro ou avi�o, tiros, copos quebrando, fliperamas e qualquer coisa mais. Fazer um dub era fazer um verdadeiro artesanato musical e n�o era um trabalho f�cil.

Um dos resultados mais not�veis do surgimento do dub foi o fato que muitos produtores, ao conseguirem um hit, come�aram a gravar e lan�ar in�meras vers�es da m�sica. Assim que uma m�sica estourava nas paradas, imediatamente surgiam vers�es com o mesmo riddim, sendo que algumas apareciam num mesmo disco. O uso de um mesmo riddim em dezenas de m�sicas levou ao aparecimento de in�meras c�pias baratas. Mas a tradi��o se instalou e ainda hoje assim que um riddims atinge as paradas e faz sucesso, v�rias vers�es aparecem no mercado. Em alguns casos, n�o s�o apenas dezenas de vers�es de um mesmo riddim circulando, e sim centenas delas, algumas tamb�m se transformando em sucesso, outras em retumbantes fracassos.

Nota final:

Isto foi apenas o come�o de uma longa hist�ria, que n�o caberia aqui. O Dub ainda hoje � um dos estilos mais consistentes do reggae, embora n�o seja muito conhecido pelo grande p�blico. Muitos nomes deram uma contribui��o significativa ao estilo e merecem ser lembrados. A nata da m�sica dub nos anos setenta reunia produtores como King Tubby, Lee Perry, Augustus Pablo, Bunny Lee, Alvin Ranglin, Scientist, King Jammy; m�sicos como os Revolutionaires, da qual faziam partea dupla Sly & Robbie, os Roots Radics e o Soul Syndicate.

Depois de algum tempo de estio, hoje h� um renascimento do velho estilo do dub, mas com adi��o de novos elementos. Esse movimento teve origem na Inglaterra, para onde os jamaicanos emigram continuamente desde os anos 50. Bandas como Zion Train, Alpha e Omega e produtores como Mad Professor, Adrian Sherwood, Jah Warrior e Jah Shaka realizam o seu trabalho com um olho no passado e outro no futuro.

Mas o legado do dub ultrapassou as fonteiras do reggae. O caminho mostrado pelos velhos mestres tamb�m influenciou artistas e produtores de outros g�neros, criando a figura do remix, hoje um item obrigat�rio entre os lan�amentos musicais, tanto da ind�stria fonogr�fica estabelecida como dos Djs mais radicais. Toda essa cultura nasceu nos laborat�rios secretos dos produtores jamaicanos.

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Dub Links:

Dub.com: Muitos links, notícias, músicas para download. Bom início para uma navegação pelos mares do dub.

Dub Selector: Imperdível animação em Flash que permite que o navegante crie sua própria versão do dub enquanto movimenta figuras e muda os cenários.

Dub Scrolls, a collection of dub techniques: Como diz o nome, tem o objetivo de ensinar as técnicas básicas do Dub tradicional e o faz com clareza. É preciso ter os equipamentos listados e isso nem sempre é fácil no Brasil.

Alpha and Omega Dub site Page: Biografia, discografia, not�cias sobre esta banda inglesa.

Dub me Crazy: P�gina su��a com alguns dubs em real audio e um guia pr�tico sobre como fazer uma vers�o dub.

Fonte: Encarte do cd 'Macca Roots Man Dub', dos Revolutionaries. Texto de Dr. Buster Dynamite. Nota final e links: Leo Vidigal.

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