Gregory Isaacs

 

Texto e fotos: Leo Vidigal

 
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Encerrando uma atribulada turnê no final de 2000 por Salvador, São Bernardo do Campo (SP) e Rio de Janeiro, o calmo soberano do reggae fez uma boa apresentação na capital fluminense

o sábado, 3 de dezembro de 2000, foi apresentado mais um show de Gregory Isaacs no Brasil (foto acima), que, na minha humilde opinião, é, junto com Bunny Wailer, um dos dois maiores artistas vivos do reggae. A falta de organização e experiência dos donos de casas de show envolvidos na turnê foi responsável por alguns episódios lamentáveis como a saída prematura de Gregory do palco de Salvador e a entrada tardia do mesmo em São Bernardo, mas tais fatos já foram descritos com propriedade pelo tour manager Geraldo Carvalho em uma nota oficial (confira no site Reggae Special). Como Gregory prometeu não fazer mais shows no Brasil, faremos aqui uma tentativa de descrição da histórica apresentação no palco carioca.

Um público estimado entre 1.500 e 2.000 pessoas lotou o inacabado teatro da Fundição Progresso para ver Gregory Isaacs. A discotecagem ficou a cargo do sempre competente Teko Rastafari, do Grupo Cultural Afro-Reggae, que entre as apresentações fez uma ótima seleção do melhor do reggae nacional e internacional. A abertura foi dos entusiasmados rapazes do Tafari Roots, que estavam comemorando a sua classificação para o Rock in Rio III, conseguida no festival 'Escalada do Rock' (ou ,neste caso, do Reggae) e fez uma boa performance, que aqueceu a galera.

Foi quase à meia-noite que a banda We the People, liderada pelo grande baixista e cantor Lloyd Parks (foto acima) entrou no palco e tocou um instrumental completo e mais uma canção que não reconheci, mas que foi entusiasticamente acompanhada pelos representantes da numerosa colônia maranhense do Rio presentes na platéia. Logo depois eles iniciaram o tradicional medley com as introduções dos maiores sucessos de Isaacs. Foi nesta hora que entrou o Cool Ruler, com calça e terno brancos e um boné dos Yankees de Nova York (foto abaixo), acompanhado por duas charmosas backing vocals.

O set que se seguiu foi um verdadeiro 'greatest hits' dos mais de 30 anos de carreira de Gregory (ver biografia e discografia do artista na seção Arquivos), começando com "All I have is love" e passando pelos clássicos "Soon Forward", o inevitável "Night Nurse", "The Border", "Mrs. Brown" e "My Number One". As canções mais atuais também não foram esquecidas e Gregory colocou todos para dançar com "Big All Around (Raggamuffin)" e um medley de "Rumours" e "Mind You Dis". Depois destas duas ele deu uma saidinha do palco só para assustar os fãs que já sabiam do que havia acontecido nas outras cidades da turnê e para dar o gostinho do bis. Mas logo ele voltou para encerrar o show com longas versões de "Front Door" e "Love is Overdue", completando quase uma hora de apresentação. Gregory estava animado, mas era visível que o fardo dos anos (ele já está com quase 60) está ficando pesado. Provavelmente é difícil vê-lo em apresentações com uma duração maior que esta hoje em dia.

É claro que ficou um gosto de "quero mais", mas quem sabia estar diante de uma lenda viva do ritmo de Jah também tinha consciência de que este era um privilégio que talvez não mais se repetisse. E quem tinha noção das circunstâncias em que o show estava se realizando (Gregory queria ter voado diretamente para a Jamaica temendo novos problemas no Rio, mas foi convencido a se apresentar por Geraldo Carvalho) podia se dar por satisfeito. Enfim, foi um encerramento digno para uma turnê em que Gregory Isaacs não teve o respeito que merece.


Biografia de Gregory Isaacs


Do RootsGregory ao TecnoGregory - uma discografia de Gregory Isaacs

 

A volta triunfal de Gregory Isaacs

 

 

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